domingo, julho 23, 2006

CARTA À MINHA MÃE



Mãe, quando eu comecei a escrever esta carta, usei a pena do carinho,
molhada na tinta rubra do coração ferido pela saudade.
As notícias, arrumadas como perólas em um fio precioso, começaram a saltar
de lugar, atropelando o ritmo das minhas lembranças.
Vime criança orientada pela sua paciência. As suas mãos seguras, que me
ajudaram a caminhar.
E todas as recordações, como um caleidoscópio mental, umedeceram com as
lágrimas que verteram dos meus olhos tristes.
Assumiu forma, no pensamento voador, a irmã que implicava comigo.
Quantas teimas com ela. Pelo mesmo brinquedo, pelo lugar na balança, por
quem entraria primeiro na piscina.
Parece-me ouvir o riso dela, infantil, estridente. E você, lecionando calma,
tolerância.
Na hora do lanche, para a lição da honestidade, você dava a faca ora a um,
ora a outro, para repartir o pão e o bolo.
Quantas vezes seu olhar me alcançou, dizendo-me, sem palavras, da fatia em
excesso para mim escolhida.
As lições da escola, feitas sob sua supervisão, as idas ao cinema, a pipoca,
o refri.
Quantas lembranças, mãe querida!
Dos dias da adolescência, do desejar alçar vôos de liberdade antes de ter
asas emplumadas.
Dos dias da juventude que idealizavam anseios muito além do que você,
lutadora solitária poderia me oferecer.
Lágrimas de frustração que você enxugou. Lágrimas de dor, de mágoa que você
limpou, alisando-me as faces.
Quantas vezes ouço sua voz repetindo, uma vez mais: "tudo tem seu tempo, sua
hora! Aguarde! Treine paciência!"
E de outras vezes: "cada dia é oportunidade diferente. Tudo que você tem é
dádiva de Deus, que não deve desprezar.
A migalha que você despreza pode ser riqueza em prato alheio. O dia que você
perde na ociosidade é tesouro jogado fora, que não retorna."
Lições e lições.
A casa formosa, entre os tamarindeiros assomou na minha emoção.
Voltei aos caminhos percorridos para invadi-la novamente, como se eu fosse
alguém expulso do paraíso, retornando de repente.
Mãe, chegou um momento em que a carta me penetrou de tal forma, que eu já
não sabia se a escrevera.
E porque ela falava no meu coração dorido, voei, vencendo a distância.
E vim, eu mesmo, a fim de que você veja e ouça as notícias vibrando em mim.
Mãe, aqui estou. Eu sou a carta viva que ia escrever e remeter a você.

***

Entre as quadras da vida e as atividades que o mundo o envolve, reserve um
tempo para essa especial criatura chamada mãe.
Não a esqueça. Escreva, telefone, mande uma flor, um mimo.
Pense quantas vezes, em sua vida, ela o surpreendeu dessa forma.
E não deixe de abraçá-la, acarinhá-la, confortar-lhe o coração.
Você, com certeza, será sempre para ela, o melhor e mais caro presente.

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir do cap. XVI do livro
Pássaros livres, do Espírito Rabindranath Tagore, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. Leal.

7 comentários:

Cris disse...

Amiga, não sei nem o que dizer, lembrei da minha mãezinha que está no céu, chorei tanto...mas adorei, fiquei emocionada mesmo. Beijos!

Fernanda disse...

lindo , lindo , lindo !! DEMAIS...amei !
Beijos

Anônimo disse...

Mãe é nosso maior tesouro.Ainda agora li no blog da Fernanda ,aqui de ctba que ela está cheia de saudades da mãezinha dela.Essas mãezonas são mesmo nosso esteio,nosso porto seguro.E vale tudo para que essa presença seja verdadeira ,apesar da distância.Estou sempre ligando para a minha e mandando presentinho.A minha já tem 77 aninhos e quero muito que viva mais um monte deles a nosso lado..Valeu,amiga!!!já estou cheia de saudades e agora que as crianças voltaram as aulas espero que tenha mais um tempinho de sobra, apesar de que mãe está sempre ocupada,inventando,investindo nos filhos,não é????Bjocas e meu carinho

Anônimo disse...

oi amiga adorei seu blog e sua historia conte sempre comigo pois sempre estarei passando por aqui Só existe uma força que constrói...O AMOR.
E só existe uma força que liberta...A VERDADE.
Por isso desejo que sempre em sua vida..
Você caminhe ao lado do AMOR e da VERDADE.

Bjussssss

Anônimo disse...

Oi cabelinho sam!!!
Faz uma cara que nao passava por aki e hoje entrei e quem encontro, a foto da tiquinha, só isso já iluminou a minha tarde. A gente nunca esquece dela e a cada dia que passa gostamos mais e a saudade só aumenta com o passar dos anos, um dia vamos ter a nossa recompensa por essa separacao quando nos encontrarmos com ela, entao todo esse passado deixará de existir e vamos sentir que nunca nos separamos dela.
Ontem comprei um disco da selena mp3, tem um montao de musicas e qdo te encontrar no msn já vou te passar algumas. Hoje fui no otorrino, tirei radiografia pra ver se tem sinusite e tá tudo limpinho, entao o medico vai continuar com o tratamento de renite alérgica inflamatória (segundo ele), me receitou mais 4 medicinas super caras - acho que deve pensar que tenho cara de rica hehe - logo mais vou comprar e vamos ver o que passa.
Espero que esteja tudo bem contigo e com os pirras, eu já vou indo meu, se cuida e fica com Deus.
Um abracao de urso gigante polar.
Fuiiiiiiiiiiiii

Cris disse...

Oi querida, cadê você? VAmos ver se a gente se encontra de novo? Espero que esteja bem e que tenha voltado a atividade física, dá uma beijoca nas crianças e aperta bastante aquela gostosura linda da sua caçulinha. Beijos!

Anônimo disse...

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